quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O ladrão da cruz

"E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele. Quando chegou ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda", Lc 23.32-33.

O Senhor Jesus tinha predito que, com relação à Sua execução, toda a Escritura teria de se cumprir, inclusive a passagem que diz que Ele seria contado com os malfeitores (Lc 22.37). Ele referia-se a Isaías 53.12, onde está escrito: "Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu".

Aproximadamente 700 anos depois, a profecia cumpriu-se literalmente quando o Senhor Jesus foi crucificado no meio de dois malfeitores. O Evangelho de Marcos também relata que: "com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. E cumpriu-se a Escritura que diz: Com malfeitores foi contado", Mc 15.27-28.

Mateus 27.44 diz que os dois malfeitores zombaram do Senhor Jesus juntamente com as pessoas que passavam por eles, com os soldados, sumos sacerdotes e anciãos: "E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele", Mt 27.44.

Mas um desses malfeitores apercebeu-se do engano que estava cometendo e mudou sua atitude em relação a Jesus. Ambos haviam presenciado a oração de Jesus por aqueles que o pregavam na cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes", Lc 23.34.

Eles também viram Jesus, em meio à dor insuportável que estava sofrendo, preocupado com Sua mãe e com Seu discípulo João (Jo 19.25-27). Além disso, foram testemunhas da relação profunda entre Jesus e Seu Pai, e como o Senhor Jesus orava sem que uma maldição, reclamação ou uma palavra sequer de amargura passasse pelos Seus lábios. Eles viram-no igualmente pregado na cruz como um cordeiro, totalmente submisso, suportando com paciência todo o desprezo e a zombaria do povo. Mas um deles se convenceu que Jesus tinha de ser mais do que diziam que Ele era. Seria verdade o que haviam escrito como acusação na cruz, acima de Sua cabeça: "Jesus de Nazaré, rei dos judeus"? Esse malfeitor reconheceu repentinamente sete coisas significativas a respeito de Jesus:

1. Que Jesus era sem pecado, absolutamente inocente, mas que estava dependurado na cruz como se fosse um amaldiçoado (Lc 23.40-41).
2. Que eles estavam errados zombando de Jesus, principalmente seu colega de infortúnio (v. 40).
3. Ele próprio foi repentinamente tomado pelo temor de Deus (v. 40).
4. Na presença de Jesus ele percebeu que era pecador (v. 41).
5. Ele se arrependeu, pois sabia que Jesus entraria em Seu reino, reconheceu e confessou que só através dEle teria entrada no céu (v. 42).
6. Com essa oração ele também confessou que Jesus é o Senhor: "...quando vieres no teu reino" (v. 42).
7. Ele demonstrou uma fé profunda e admirável (v. 42).

A clara e imediata resposta de Jesus não se fez esperar: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" Lc 23.43 (veja também 2 Co 12.4; Ap 2.7). Nesse momento podemos nos perguntar: que chances Deus dá a um malfeitor, a um ladrão, a um homicida? A resposta é: todas! – O perdido só precisa vir a Jesus e clamar pelo seu nome com coração arrependido. Mas não devemos esquecer que o Deus Todo-Poderoso considera todas as pessoas como malfeitoras: "justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" Rm 3.22-23

Vemos que essa passagem fala de "todos", sem exceção. Somos todos pecadores, todos carecemos da glória de Deus. Isso significa que não temos nada de bom para apresentar a Ele. Mas também está escrito que a justiça de Jesus é concedida a todos os que crêem nele.
Os malfeitores na cruz eram ambos pecadores. Um, porém, agarrou a primeira oportunidade e voltou-se para Jesus; o outro perdeu sua última oportunidade. Os dois estavam igualmente próximos de Jesus, mas um espaço infinito separava um do outro. O abismo entre os dois está personificado na palavra "graça". Um continuou com sua zombaria e manteve seu orgulho, permanecendo em seu pecado; o outro, porém, orou: "Jesus, lembra-te de mim..." e experimentou toda a graça do perdão. Por toda uma vida ele havia roubado, matado e cometido pecados – mas o arrependimento sincero e profundo, expresso em uma única frase, abriu-lhe as portas para o paraíso divino. Isso é graça! Um estava no limiar do inferno e entrou no paraíso, o outro estava muito próximo do paraíso e foi para o inferno. Em Jesus decide-se o futuro e a eternidade das nossas vidas. Um morreu profundamente amargurado, com o coração tomado de incerteza, o outro morreu na paz da certeza de entrar no reino de Jesus. Jamais alguém esteve tão próximo da salvação como esses dois malfeitores crucificados ao lado de Jesus. Eles viram com seus próprios olhos a Jesus pregado na cruz como o Cordeiro de Deus no altar do sacrifício. Isso era tão claro e óbvio que até o centurião exclamou mais tarde ao pé da cruz:

"Verdadeiramente, este era o Filho de Deus" Mc 15.39. Amém!!!

Um comentário:

  1. Que a paz e a alegria de Nosso Senhor Jesus esteja contigo, gostaria de saber sobre qual foi salvo o da direita ou o da esquerda, que orou e foi-lhe concedido o perdão por nosso senhor Jesus.

    Que a alegria de nosso Senhor esteja contigo todos os dias, Amém!

    ResponderExcluir