sábado, 31 de julho de 2010

OS ANJOS PODEM SER ADORADOS?

                                       

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Hoje, a angelomania é muito presente na comunidade evangélica. São cadeiras reservadas para anjos, são constantes visitas do arcanjo Miguel, e há recados transmitidos pelos anjos com várias revelações. Há músicas que as letras dizem seres os anjos, os agentes do Batismo no Espírito Santo e ainda aqueles que promovem a cura divina; haveria aberração maior do que essa? Seria essas práticas bíblicas? O apóstolo Paulo já alertava: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão”(Cl 2.18). O culto deve ser cristocêntrico, mas nunca angelocêntrico ou antropocêntrico. Seria o homem ou os anjos o objeto de louvor no culto cristão? O escritor aos Hebreus lembra que os anjos “são espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”(1.14). Isso quer dizer que os anjos são criaturas que servem os salvos quando enviados por Deus, isso mediante as várias situações que o Senhor livra os seus servos. Essa é a missão dos anjos. É comum pessoas orarem pedindo que Deus coloque um anjo na porta da igreja, um arcanjo no púlpito e outro anjo na casa do crente. Essa prática enfatiza papéis que não são angélicos, como ser segurança pessoal de um super-pregador. Essa idéia remete a doutrina pagã de anjo-guia ou anjo-da-guarda. Quem guia o cristão é o Espírito Santo e é Deus quem guarda o crente, usando para isso anjos ou não! Invocar a presença de anjos é desnecessário e torna o culto angélico. Não existe base bíblica para se afirmar que eles (os anjos) estão por aí, a dirigir culto e revelar “segredos” de Deus. Toda a revelação necessária e suficiente para que o homem e a Igreja saibam como relacionarem-se com Deus já nos foi transmitida através das Sagradas Escrituras.


TROCA DE VALORES (TROCANDO JESUS POR ANJOS)!


Há algumas igrejas evangélicas praticando um verdadeiro “culto a anjos”. Em tais ambientes, as pessoas estão mais voltadas para os anjos do que para Jesus. Há pregadores que só iniciam a pregação depois de pedir que os anjos se postem a seu lado. Isso é apostasia dos tempos pós-modernos. E há muitos cristãos que estão se afastando dos verdadeiros princípios da ortodoxia bíblica, encantados com esses movimentos.


Esse desejo de ter anjos ao redor do púlpito, quando o grande pregador está ministrando, traz uma idéia de um ser acima dos demais, um “ungido do Senhor”, realçando o pregador com o centro das atenções. Um fato interessante é que os angelomaníacos se apresentam como grandes ungidos de Deus, servos “humildes” do Deus Altíssimo, quando isso não passa de falsa modéstia. Ainda hoje, os angelólatras se apresentam como pessoas avivadas, espirituais, santas, humildes, mas na verdade estão, como afirmou o apóstolo, embriagados por uma compreensão carnal.³


Haveria sentimento mais mundano do que tirar a centralidade de Cristo, para se tornar um espetáculo vivo? Haveria carnalidade maior do que mentir nos púlpitos, dizendo que estão recebendo recados de anjos? Nada de espirituais, mas os angelomaníacos não passam de crentes carnais.


ANJOS PROMOVEM AVIVAMENTOS?
Os anjos não foram convocados para “derramar brasas de fogo em reunião pentecostal”, muito menos promover revelações ou batizarem alguém no Espírito Santo. Quem derrama do Seu poder na igreja é o Espírito Santo e quem batiza é Jesus Cristo. As revelações são frutos do “dom da palavra do conhecimento”, que nunca contradiz ou acrescenta algo as Escrituras. É o Espírito Santo quem vivifica (a igreja); não existe avivamento por seres angelicais, o que não passa de uma heresia. Todo cuidado é pouco, diante de tantos modismos angélicos no seio da igreja, o cristão não deve correr atrás de movimentos, mas sim se solidificar na Palavra de Deus. É importante saber que os anjos trabalham a nosso favor, mas não devemos adorá-los, porque toda a honra, glória, louvor e adoração é exclusivamente de Deus! Nós cristãos temos que preservar a sã doutrina das Sagradas Escrituras, não esquecendo dos marcos antigos que foram estabelecidos por Jesus e pelos apóstolos, que não podem ser mudados. Se quisermos ter uma Igreja sadia no futuro, precisamos entrar em alerta geral agora, contra essas aberrações "teológicas"!


Pr Marcos Cesário da Mota

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