quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Movimento Unicista

Esse movimento unicista começou com um Teólogo por nome Sabélio. A sua fama iniciou-se quando foi para Roma, tornando-se líder daqueles que aceitaram a doutrina do monarquianismo modalista. Foi excomungado pelo Papa Calixto I em 220d.C.
Sabélio opôs-se ao ensino ortodoxo da Trindade Essencial, defendendo a doutrina da Trindade Econômica. Deus, ele argüiu, teria uma substância indivisível, mas dividido em três atividades fundamentais, ou modos, manifestando-se sucessivamente como o Pai (criador e legislador), Filho (o redentor), e o Espírito Santo (o criador da vida, e a divina presença no homem). Efetivamente Sabélio negava "qualquer distinção entre os termos substância e hipóstase aplicáveis às três pessoas na trindade, de tal modo que, entre elas, não existiria nenhuma diferença, uma vez que são perfeitamente iguais. Para os Sabelianos, o Pai, o Filho e o Espírito Santo compartilham, sim, da mesma e única substância (nos termos da homoioúsios – semelhante na substância) e também da mesma e única hipóstase, mas se constituem numa mesma e única "pessoa" , ou seja, num indivíduo indistinto, manifestando-se, porém, em formas ou figuras distintas, segundo as necessidades…" Há muitos cristãos evangélicos que consideram o movimento Pentecostal Unicista (também conhecido como "Só Jesus") como um movimento cristão evangélico. A realidade é que este movimento está muito longe de ser considerado como cristão; está mais para uma seita. Uma das definições teológicas de seita é: Qualquer grupo que se desvia das doutrinas fundamentais do cristianismo, como a Trindade, a divindade de Jesus Cristo e a salvação pela graça, através da fé em Jesus Cristo somente. É importante utilisarmos a Bíblia para refutar as heresias, e nesse caso existem subsídios de sobra para defender a doutrina da Trindade.

Vamos fazer uma análise usando a verdade de Deus e não dos homens:
 

QUE DIZ A BÍBLIA ACERCA DE JESUS E O PAI?

Jesus é referido como "Filho" mais de 200 vezes no Novo Testamento e nunca é chamado de "Pai".

Jesus referiu-se ao Pai mais de 200 vezes como alguém distinto dele.

Em mais de 50 versículos podemos observar o Pai e a Jesus, o Filho, lado a lado.

No Novo Testamento repetidamente encontramos expressões como estas:

Romanos 15:5-6 — "O Deus que concede perseverança e ânimo lhes dê um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo".

2ª Coríntios 1:3 — "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação..."

Filipenses 2:10-11 — "...Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai".

1ª João 1:3b — "Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo".

1ª João 2:1 — "Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo".

2ª João 3 — Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, estarão conosco em verdade e amor".

No Evangelho de João, Jesus refere-se a si mesmo como enviado pelo Pai, mas nunca referiu-se a si mesmo como o Pai que enviou ao Filho.

O Pai enviou a alguém separado dele, chamado Filho.

1ª João 4:9-10,14 — "Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação por nossos pecados. (...) E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo".

É JESUS O ESPÍRITO SANTO?

Versículos que os Unicistas usam para provar que Jesus é o Espírito Santo.

2ª Coríntios 3:17 — "Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade".

O texto não diz que "Jesus é o Espírito". Se a passagem dissesse isto, talvez os Unicistas tivessem um ponto forte, mas como não diz isto, eles assumem que a palavra "Senhor" se refere a Jesus Cristo.

O "Espírito" aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Javé (Jeová) ou Deus, e NÃO com Jesus, já que o versículo 16 diz: "Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado". Trata-se de uma referência a Êxodo 34:34: "Porém, vindo Moisés perante o SENHOR [Javé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado".

O contexto sempre é que determina a quem se está referindo quando a palavra "Senhor" é usada. No versículo 17 a palavra "Senhor" está referindo-se a Javé e não a Jesus, já que o versículo 16 e todo o contexto assim demonstra.

Se os Unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar "Senhor" como "Jesus", como ficaria Filipenses 2:11? O texto diz: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai". Seguindo a linha de raciocínio dos Unicistas, teríamos de concluir erroneamente que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus...". Isto não é o que este versículo está dizendo, mas o que está ensinando é que: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito "para a glória de Deus Pai".

Romanos 8:9 — "Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo".

Este versículo NÃO mostra que Jesus é o Espírito Santo. A única coisa que está dizendo é que se alguém não tem o Espírito que produz fé em Cristo e demonstra o caráter de Cristo ou seja "o Espírito de Cristo", ele não é parte do corpo daquele que morreu por nossos pecados. Ele é todavia controlado pela "natureza pecaminosa".

O versículo 11 faz distinção bem clara entre o Pai que levantou a Jesus dos mortos, o Espírito pelo qual Jesus foi levantado e Jesus, quem foi levantado. Não se pode ignorar a distinção de pessoas apresentada neste versículo.


QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE JESUS E O ESPÍRITO SANTO?

Mateus 12:31-32 — O texto fala da blasfêmia contra o Espírito Santo. A conclusão lógica que é extraída deste texto é que se a blasfêmia contra o Espírito Santo não vai ser perdoada, mas a blasfêmia contra o Filho vai ser perdoada, então o Filho NÃO é o Espírito Santo.

João 14:16 — O Espírito Santo é o "outro Consolador".

João 15:26 — Jesus enviou o Espírito Santo.

João 16:13 — O Espírito Santo demonstra humildade e busca glorificar a Jesus.

Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos nos dar conta de que os Unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus.

Se Jesus não é o Pai, mas é Deus, e o Pai não é Jesus e é Deus, e o Espírito Santo não é Jesus e é Deus e a Bíblia diz que somente há um Deus, então isto significa que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus.

Uma coisa é dizer "Eu não entendo a doutrina da Trindade" e outra coisa é dizer que "a doutrina da Trindade é falsa", "pagã", "diabólica", "antibíblica". A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: "...Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai" (1ª Jo 2:22b-23).

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Apologia a fé pequena


Nesses longos anos de vida cristã, já ouvi inúmeras vezes pregadores e ensinadores fazerem apologia a fé pequena. O texto que se baseiam é sobre a recomendação de Jesus sobre a fé como um grão de mostarda. Então, os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Porque não pudemos nós expulsá-lo? E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pequena fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá-e há de passar; e nada vos será impossível.Mas esta casta {de demônios} não se expulsa senão pela oração e pelo jejum, (Mt 17.19-21).

Muitos interpretam que Jesus estava falando que se a pessoa tiver a fé do tamanho do grão de mostarda já é suficiente para fazer grandes obras! Será que Jesus estava fazendo apologia a fé pequena? Em todas as passagens que Jesus fala sobre a fé, ele segui uma linha bem diferente do texto sobreposto.


Analisando os textos:

E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me.E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: {Homem} de pequena fé, por que duvidaste? (Mt 14.29-31)


E eis que, no mar, se levantou {uma} tempestade tão grande, que o barco era coberto pelas ondas; ele, porém, estava dormindo.E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos.E ele disse-lhes: Por que temeis, {homens} de pequena fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.(Mt 8.24-26)


E Jesus disse-lhes: Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus. E eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não nos fornecemos de pão.E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós, {homens} de pequena fé, sobre o não vos terdes fornecido de pão? (Mt 16.6-8)

a) Pedro afunda nas águas por causa da fé pequena.
b) Os discípulos de Jesus estavam com medo da tempestade por causa da fé pequena
c) Os discípulos de Jesus estavam preocupados pela falta de prover pão por causa da fé pequena 

Nestes três textos que estamos analisando, Jesus está advertindo sobre a fé pequena e chama atenção deles por estar inquietos e incrédulos. Será que Jesus mudaria de opnião de maneira tão repentina?


Jesus usa o grão de mostarda para falar da qualidade e característica da semente, não do tamanho!! De outro modo seria uma incoerência afirmar que temos que ter a fé do tamanho de um grão de mostarda, uma vez que Jesus sempre repreendeu todos quantos a tinha. Mas, e a respeito do texto do grão de mostarda? Essa pergunta tem resposta, e posso responder de duas maneiras:


1- A palavra como no texto grego é ώς-partícula de comparativa como, assim como.Jesus estava dizendo que nossa fé deve ser como o grão de mostarda e não do tamanho do grão de mostarda. Ele esta falando da essência do grão.

2- Os discípulos de Jesus não conseguiram expulsar os demônios e perguntaram para Jesus o porque nao haviam conseguido. Jesus responde: Por causa da vossa pequena fé. Ora, se eles não conseguiram expulsar os demônios por causa da pequena fé, como Jesus iria recomendar fé do tamanho de um grão de mostarda? É obvio que aqui estamos tratando de um erro de interpretação do contexto.

Poderíamos citar outro texto bíblico para dar mais sustentação a esta dissertação.


E dizia: A que assemelharemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na terra; mas, tendo sido semeado, cresce, e faz-se a maior de todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se debaixo da sua sombra. (Mc 4.30-32).

A fé que Jesus fala não era pequena, mas a comparação estava no que o grão de mostarda se transforma após ser semeado. A fé nasce em nossos corações, cresce e fica grande a ponto de abençoarmos outras pessoas que se abrigarão embaixo de nossa sombra!!! Que Deus nos ajude a possuir essa fé revolucionária, que vence qualquer obstáculo, Amém!!!